21 DE MAIO DE 1965
"Traiçaõ Premiada" era o título do Editorial do jornal “A Voz”, apoiante do regime.
Começava assim:
“Não tenhamos ilusões. Tudo são pretextos para nos desarmar doutrinariamente, e não para insinuar que a intelectualidade e o talento estariam ao serviço de ideias contrárias”
E assim terminava:
“O livro premiado não tem efectivamente categoria literária. É sofrível, entre os 10 e os 12 valores. Há muito disso por cá e não acreditamos, ninguém acredita, que o prémio não tenha tido objectivo político. Entretanto, o Mundo irá criando a imagem dum mártir, dum “grande escritor” preso nos cárceres dos “colonialistas”. Chessman foi também um vil assassino, e de todo o mundo comunista e afins surgiram mensagens para o livrar da cadeia eléctrica. Ao laureado e à Sociedade Portuguesa de Escritores bastarão, para os condenar, o sangue dos nossos soldados, as lágrimas das mães portuguesas, o sentimento ancestral da Grei. A traição foi premiada”.
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