Entre os profissionais de marketing da Indústria Farmacêutica, havia uma “espécie” que era conhecida como os “acrobatas”. Eram aqueles que estavam sempre do lado certo, saltavam de grupo em grupo, para estarem próximo de quem dominava e decidia, tinham a qualidade de emitir as opiniões que sabiam ser as mais convenientes e que mais agradavam à corrente dominante. Normalmente eram desprovidos de coluna vertebral, o que dava jeito para defenderem uma coisa hoje e amanhã estarem a defender o contrário, como se sempre o tivessem feito. Vem isto a propósito da estupefacção com que hoje fico, ao ler certos opinadores, a criticarem os resultados da política económica, baseada nas ideologias e nos modelos que sempre defenderam, como se de repente tivessem descoberto que afinal eram os “radicais irresponsáveis” que tinham razão. Claro que não vão tão longe, até porque a soberba e presunção não lhes permite reconhecerem que afinal não passam de pessoas cheias de vento e de certezas patetas. Passam então, em majestosos flic-flac´s à retaguarda, a falarem como se nunca tivessem defendido o que agora criticam. Vão assim, qual Narciso, de engano em engano até à derrota final. O gozo que isto dá é relativo, porque no fundo todos sofremos as consequências das opções que os “responsáveis do arco do poder” tomaram, ajudados por alguns destes “acrobatas”, mas enfim, fica sempre o gozo de ver confirmada a superioridade moral de quem segue a sua linha, mesmo que em minoria. Quem sabe um dia a maioria das pessoas perceba que o dinheiro foi inventado para facilitar as trocas entre elas, e não para as dominar e criar supostas elites que geralmente mais não sabem fazer do que contar o dinheiro dos outros.
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