Nunca li nenhum livro de Javier Cercas.
Mas
no Ipsilon, suplemento das sextas-feiras do Público de 12 de Maio,
atravessei-me numa entrevista, conduzida por José Riço Direitinho, e gostei.
Não irei desalmado ler Javier Cercas. Tenho
tanto livro para ler, outros que quero mesmo reler, o tempo vai-me faltando,
mais qualquer coisa.
A
entrevista tem por título: «Os livros têm de sair das tripas».
Recorto-vos
este pedacinho:
«Um leitor que não saiba que os livros nos
mudam a vida não é um bom leitor. Um leitor cuja vida não tenha sido mudada por
um livro não sabe ler. Porque os livros mudam o mundo mudando a percepção que o
leitor tem do mundo. Todos sabemos que isso nos aconteceu com determinados
livros. Talvez não de maneira tão radical como aconteceu com Melchor. Mas ele é
o melhor leitor que eu conheço, é o contrário de um intelectual, é um selvagem,
um bárbaro. Horácio disse: a História fala de ti. Isso é o que sentimos quando
lemos um livro importante. Isso é o que Os Miseráveis fez com Melchor, pôs-lhe
um espelho diante».
José
Riço Direitinho diz-nos quem é Melchor, citado atrás:
«É em Terra Alta (Porto Editora, 2020) que cria o carismático polícia Melchor Marín
– originário de um dos bairros mais problemáticos de Barcelona, filho de uma
prostituta, e que conhece a prisão muito jovem. Mas nessa estada no cárcere,
conhece o "Francês", o bibliotecário da prisão, que lhe dá a ler Os
Miseráveis, de Victor Hugo, e a sua vida muda. E anos depois prossegue num
pequeno lugar catalão, Terra Alta, "onde nada acontece". Mas Javier
Cercas não se ficou por este romance com o polícia Marín e decidiu contar mais
histórias; o terceiro volume acaba de ser lançado em Portugal, O Castelo do
Barba-Azul.»
3 comentários:
Do Javier Cercas, gostei de "Os soldados de Salamina" mas já não gostei tanto de "As leis da Fronteira" e de "O impostor".
Agora o que aconselho é "PÁTRIA" do Fernando Aramburu.
Desde os 12/13 anos tornei-me um leitor compulsivo. Hoje já não corro muito em busca de autores novos. Passei a reler mais os meus autores de sempre. Os autores de que o Seve fala, também não os li. Apesar de muito ler, tenho muitas e diversas lacunas e uma lista considerável de livros deixados a meio, outros comprados e nunca lidos. E o meu tempo é cava vez mais curto.
Custa-me deixar um livro a meio mas actualmente nem tanto, pois se à página 50/60 ainda estou a "mastigar" largo-o mesmo, embora fique a matutar se lesse mais umas páginas talvez me entusiasmasse, mas não, se à página 60 não estou agarrado, "deslargo-o" mesmo.
Ó Sammy eu gostei imenso do PÁTRIA do Fernando Aramburu.
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