Este não é o dia seguinte do dia que foi ontem.
João Bénard da Costa
Será um desfilar de
histórias, de opiniões, de livros, de discos, poemas, canções, fotografias,
figuras e figurões, que irão aparecendo sem obedecer a qualquer especificação
do dia, mês, ano em que aconteceram.
Anos 50, 60, por aí fora.
Em algumas terras do interior deste país à
beira-mar plantado, poderia ler-se certos avisos:
«É proibida a mendicidade».
Esta semana a Cáritas alertou que a pobreza
em Portugal pode ser ainda mais elevada do que o consta das estatísticas nacionais. Segundo
a instituição revela, em 2022, 17% dos portugueses estavam no limiar da
pobreza.
Ricos e Pobres. Pobres e Ricos.
Há alguns meses, uma velhota, a sair de um
pequeno mercado na Rua Morais Soares, desabafava para si própria.
«Há mais gente a pedir que a trabalhar!»
Lidia Jorge numa entrevista ao Público:
«A pobreza entre nós é um escandalo. É a questão mais urgente em Portuga.»
Roger Vailland em Cabra-Cega:
Na verdade
qualquer amizade é, por definição, impossível entre o rico e o pobre; o
primeiro suspeitará sempre que o segundo é um crava e este que o rico é egoísta
e avaro. Se houvesse verdadeira amizade, o rico não seria rico ou o pobre não
seria pobre.
Jurei a mim mesmo,
de uma vez por todas, não ser delicado
para com os ricos. É uma promessa difícil de cumprir, porque é agradável
ser-se louvado pelos poderosos.
Rodrigo deixa
Marat a monologar».
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