Este não é o dia seguinte do dia que foi ontem.
João Bénard da Costa
Será um desfilar de histórias, de opiniões,
de livros, de discos, poemas, canções, fotografias, figuras e figurões, que
irão aparecendo sem obedecer a qualquer especificação do dia, mês, ano em que
aconteceram.
Em estreita colaboração com a PIDE/DGS, a hierarquia militar mandou transferir
35 aspirantes milicianos, além de sargentos, furriéis e cabos milicianos, das
Caldas da Raínha para Santa Margarida. Aí seriam interrogados e, durante 15
dias, permaneceram em completa incomunicabilidade.
O Governo, por todos os meios, tentava mostrar que a ordem, em todo o país,
reinava efectivamente.
Da página 56 do livro «Século Passado» de Jorge Silva Melo retiro
citação qual pedacinho de ouro:
Quando por vezes nos encontramos, rapaziada que andou por aí a plantar ideias e sonhos, ainda têm o velho torna-viagem do reconhecimento de que a longa luta do povo português contra as ditaduras de Salazar e Marcelo não poderia ter qualquer êxito sem a participação das Forças Armadas. Não concebiam ser possível, porque a sua confiança nos militares estava longe de ser consensua. Tal como, ontem , aqui se citava o Mário Henrique-Leiria, que numa carta à sua querida Beluska, falando no episódio das Caldas, chamava-lhe uma palhaçada «porque na farda não se pode acreditar nem no boné.»
Mas alguns desses militares, vendo ou não os filmes de que falava o Jorge Silva Melo, o que, seu íntimo, sabiam é que
UM GAJO TEM QUE FAZER QUALQUER COISA!
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