Algumas mortes também são as nossas muitas mortes e nos últimos tempos não têm deixado de invadir os dias.
Olho o jornal que anuncia a morte de um amigo e é tão estranho que entre a avalancha de saberes úteis e inúteis que acumulamos uma vida inteira não esteja sabermos o que dizer.
Nuno Júdice, um amigo, um poeta da casa, morreu com 75 anos.
Sobre a morte não sabemos o que dizer, nem o
que pensar.
E isso constitui uma tristeza sem fim…
No dia 1 de Março coloquei aqui um poema do Nuno Júdice.
Que dizia que «podíamos saber um pouco mais da morte».
Assim:
«Podíamos saber um pouco mais
da morte. Mas não seria
isso que nos faria
ter vontade de morrer mais
depressa.
Podíamos saber um pouco
mais
da vida. Talvez não
precisássemos de viver
tanto, quando só o que é
preciso é saber
que temos de viver.
Podíamos saber um pouco
mais
do amor. Mas não seria isso
que nos faria deixar
de amar ao saber
exactamente o que é o amor, ou
amar mais ainda ao
descobrir que, mesmo assim, nada
sabemos do amor.»
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