COLUMBIA - 8 E 016-40023 M
Coro dos Caídos - Canção do Mar - Maria - Ó Vila de Olhão
Acompanhamento à viola de Rui
Pato.
Na faixa do instrumental de Ó Vila de Olhão, intervenção do conjunto de
guitarras de Jorge Fontes
Este disco é uma 2ª edição e está datada de 1969.
A lª edição, por causa da capa e
da letra de Ó Vila de Olhão, foi proibida em 1964.
Esta é a 2ª edição deste EP, cuja 1ª
edição foi proibida pela Censura em 1964 por causa da capa e da faixa Ó
Vila de Olhão.
José Afonso nas
notas escritas para o seu livro Cantares:
«Fiz muitas viagens a Olhão, minha terra adoptiva. A meio
do caminho da Fuzeta, entre Olhão e Marim, a vila vai-se adelgaçando, a viagem
toma-se mais rápida e ruidosa, devido ao vento que entra pelas janelas. Pode-se
berrar sem que ninguém nos ouça. Foi assim que nasceu esta crónica rimada.
Servida pela cadência mecânica do “pouca-terra”, versa um tema alusivo às
vicissitudes por que passa o mexilhão quando o mar bate na rocha. A culpa não é
do mar.»
Neste disco a faixa
Ó Vila de Olhão, não é cantada por José Afonso e foi substituída por uma
versão instrumental do conjunto de guitarras de
Jorge Fontes.
E aqui fica a letra
de José Afonso dedicada a Olhão «madrinha do povo, madrasta é que
não. que mereceu a pronta intervenção, a bem dos costumes, da
Censura:
Ó vila de Olhão
Da Restauração
Madrinha do povo
Madrasta é que não
Com papas e bolos
Engana o burlão
Os que de lá são
E os que pra lá vão
E os que pra lá vão
E os que pra lá vão
Ó flor da trapeira
Ó rosa em botão
Tuas cantaneiras
Bem bonitas são
Larga ó pescador
O que tens na mão
Que o peixe que levas
É do teu patrão
É do teu patrão
É do teu patrão
Limpa o teu suor
No camisolão
Que o peixe que levas
É do cais de Olhão
Vem o mandarim
Vem o capitão
Paga o pagador
Não paga o ladrão
Não paga o ladrão
Não paga o ladrão
Ó vila de Olhão
Da Restauração
Madrinha do povo
Madrasta é que não
Quem te pôs assim
Mar feito num cão
Foi o tubarão
Foi o tubarão
Foi o tubarão
Mulher empregada
Diz o povo vão
Que aquela empreitada
Não dá nada não
Ó vila de Olhão
Da Restauração
Madrinha da povo
Madrasta é que não
Madrasta é que não
Madrasta é que não
Ó pata descalça
Deixa-me da mão
Que os da tua raça
Já não pedem pão
Passa mais um dia
Todos lembrarão
Passa mais de um ano
Já não pedem pão
Ó vila de Olhão
Da Restauração
Madrinha do povo
Madrasta é que não
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