domingo, 7 de dezembro de 2025

NESTE DIA


 Várias foram as tentativas que Jorge de Sena projectou para fazer Diários.

Mécia já nos avisara dessas dificuldades.

Estamos com o Diário de Jorge de Sena que abrange os anos de 1953/54.

A maior parte dos dias são ocupados com visitas aos seus pares, amigos, as leituras que vai fazendo, a música que vai ouvindo, os trabalhos e as traduções que tem entre mãos.

Iremos voltando  às páginas dos seus Diários.

Diz Sena:

«Quem me manda a mim sonharmcom Índias, mísero e poeta, num país de loucos?»

Estamos no ano de 1953, no mês de Dezembro e copio estes dias:

10.

Tradução

11.

Tradução

20.

Com um intervalo no café – a conversa incidiu sobre o Bispo de Beja e a sua pastoral probida – dia de tradução.

Ouço o muito belo para mim novo 5º concerto para piamo do Prokofieff.

25.

Telefonou o (António José) Saraiva a contar que esteve preso desde domingo até ontem. Fora com mais 50 pessoas ao aeroporto fazer recepção à Maria Lamas. Foi tudo engavrtado em Caxias, de onde ele saiu, mas onde ainda muitos ficaram. Claro que o nosso Silas lá está. E também o Keil, a Maria Keil e O’Neill, o Cortesão Casimiro, etc.. etc. Em todo o caso, creio que, se não os tivessem prendido – o que é uma coisa ridícula – teriam ficado desconsoladíssimos, pelo menos alguns como o Silas.

Dia inteiro de tradução.

28.

Num estado de cansaço insuportável (tanto trabalho, tanta arrelia), parei de traduzir para ouvir o concerto de violino em si maior, de Mozart-Casadeus e o 6º quarteto de Bela Bartok.

Legenda: imagem do Jornal da Voz do Operário

Sem comentários: