«O mar estava calmo, o sol descia no horizonte, estendendo-se em raios amarelos, laranja, vermelhos. Ela colocou as sandálias no muro e sentou-se quase enconstada a ele, usava um perfume da mãe, um aroma a flores, que lembrava a primavera. E então ele deu-lhe o estojo de veludo com a pulseira, ajudou a fechá-la, ficaram em silêncio muito tempo, olhando para o brilho mutante das safiras. Ele disse que as safiras eram pedras do céu e ela disse que também queria esmeraldas, as pedras do inferno. Como se tivesse love escrito numa mão e hate na outra, como Robert Mitchum no filme que tinham visto juntos tantas vezes como o pregador no livro de Davis Grubb que ele encontrara nas profundezas da biblioteca, durante semanas, cantaram juntos ou para si mesmos, Leaning, leaning, safe and secure from all alarms/ Leaning, leaning, leaning on the everlasting arms.»
Ana Teresa Pereira em A Linguagem dos Pássaros
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