domingo, 12 de agosto de 2012

PERGUNTA QUASE INEVITÁVEL


A pergunta é quase inevitável: «Ela leu ou não leu?» Marilyn Monroe, a sex symbol loura do século XX leu o Ulisses, de James Joyce, um ícone novecentista da cultural intelectual e o livro que é para muitos o maior romance moderno, ou estava apenas a fingir? Porque, como atestam outras imagens da mesma sessão fotográfica, é o Ulisses que vemos Marilyn a ler aqui.

Richrard Brown, um professor de literatura, quis tirar o caso a limpo. Trinta anos depois da sessão fotográfica, escreveu à fotógrafa, que devia saber a resposta. Eve Arnold respondeu que Marilyn já estava a ler o Ulisses quando se encontraram. Marilyn tinha afirmado que lhe agradava o estilo do livro; que o leria em vos alta para o compreender melhor, mas que era difícil. Antes da sessão, Marilyn estava a ler o Ulisses enquanto Arnold preparava a película. E foi assim que la foi fotografada. Não precisamos de alimentar a fantasia do professor Arnold e imaginar que Marilyn continuou a ler o Ulisses, se matriculou numa faculdade e abandonou a sua vida de estrela de cinema para aprofundar os seus conhecimentos acerca de Joyce e que, já como professora reformada, recordou os dias fascinantes da sua juventude.

Mas podemos seguir os conselhos do professor Brown e ler o Ulisses como Marilyn fez: não de seguida, do princípio ao fim, mas episodicamente, abrindo o livro em páginas diferentes e lendo pequenos trechos. Talvez chamássemos e este modo desorganizado de ler o «método Marilyn». Seja como for, o professor Brown recomenda-o aos seus alunos,

Em Mulheres Que Lêem São Perigosas de Stefan Bollmann


Legenda: fotografia de Eve Arnold.

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