domingo, 5 de agosto de 2012

MARILYN MONROE 50 ANOS DEPOIS


LOS ANGELES, 5 – Marilyn Monroe apareceu morta nos seus aposentos em Hollywood. Os médicos declararam que a actriz ingeriu forte dose de barbitúricos e o “Coroner” admitiu tratar-se de suicídio.

Foi à meia-noite (hora de Los Angeles) que a srª Murray, governanta de Marilyn Monroe, notou que ainda havia luz no quarto da actriz. Nessa altura não prestou muita atenção, mas três horas mais tarde, como a luz continuasse acesa, bateu à porta e tentou entrar. A porta, porém, estava fechada à chave.

A srª Murray resolveu então chamar o dr. Ralph Greenson, médico assistente da vedeta. Os repetidos apelos não obtinham resposta e a inquietação foi aumentando. O dr. Greenson decidiu, por este motivo, pedir a colaboração de um colega, o dr. Hyman Engelberg, e os dois homens conseguiram finalmente penetrar no quarto, quebrando os vidros de uma janela que dava para o exterior.

A actriz estava deitada de costas e os médicos limitaram-se a verificar o óbito, comunicando depois o sucedido ao “coroner” (funcionário encarregado de investigar as mortes que se afiguram suspeitas).

A morte de Marilyn Monroe foi anunciada pelos serviços do “coroner” às 6 da manhã (hora de Los Angeles).

O sargento da Polícia Joseph Clemens, que foi a primeira autoridade a chegar ao local, informou que junto do cadáver se encontrava uma mesa repleta de garrafas e frascos de medicamentos. Chamou-lhe especialmente a atenção uma garrafa vazia de “Nembutal” que é um perigoso barbitúrico. Não havia qualquer carta.

Recentemente a meca do cinema manifestara a Marilyn, significativamente, a sua amizade: todos os actores convidados pela 20th Century-Fox para retomarem as filmagens de “Something’s Got To Give” recusaram a sua participação no filme enquanto a vedeta não fosse readmitida nos estúdios. Dean Martin, que contracenava com Marilyn, negou-se a prestar a sua colaboração, declarando: “se não houver Monroe também não haverá Martin”.

Durante todo este tempo Marilyn não saía de casa e, como era seu hábito sempre que alguém a contrariava ingeria grande quantidade de pílulas.
Ainda não há muito, Marilyn declarou que se sentia só, deixando assim transparecer a sua amargura e depressão.

Comprara os barbitúricos há três dias, queixando-se de que não conseguia dormir.
Teria Marilyn querido fazer uma última confidência, ou, arrependendo-se do seu gesto, tentou chamar por socorro? Todas as conjecturas são possíveis. Sabe-se apenas que morreu apertando na mão o auscultador de telefone colocado na mesa de cabeceira.

Diário de Notícias, 6 de Agosto de 1962

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