domingo, 12 de agosto de 2012

À LUPA


Nas urnas, o povo português fará o raciocínio inverso ao do primeiro-ministro: que se lixe Portugal, o que interessa são as eleições. Mas Passos Coelho não se importa. Vai salvar-nos, mesmo contra a nossa vontade.

Outra distinção importante reside no facto de Cristo se ter sacrificado por nós.
Passos Coelho opta por infligir os sacrifícios àqueles que pretende salvar. Uma coisa é ser Messias, outra é ser parvo.

Cristo percorreu a Via Dolorosa; Passos Coelho põe o povo a percorrê-la. E antes fez com que a via deixasse o regime SCUT, para a cruz ficar mais pesada.

Um dos problemas da salvação oferecida por Passos Coelho é que a maior parte das pessoas não se apercebe de que está a ser salva. Não compreende que está desempregada para seu bem, que vive mal para impressionar favoravelmente os mercados, que ganha salários miseráveis para glória presente e futura de Portugal.
Ninguém mandou Passos Coelho tentar salvar um povo tão estúpido.


Ricardo Araújo Pereira, na Visão

Sem comentários: