Chuck Berry
morreu aos 90 anos.
Não faz parte
das minhas preferências musicais.
Basta um quadrado de canções - "Maybellene",
"Roll Over Beethoven", "Rock and Roll Music" e "Johnny
B. Goode" - para se entender como ele faz parte história da idade Rock.
Para mim, o rock
nasceu quando o meu pai levou para casa um 78 rotações por minuto do Rock
Around the Clock tocado pelo Bill Halley e os seus Cometas.
Quando viu Sementes
de Violência de Richard Brooks ficou encantado com o frenesim de Bill Halley –
quem não ficava?! -, terá passado pela primeira discoteca que tinha à mão, ou
ao pé, e não resistiu: levou o rock para casa.
Este é um
pormenor de ordem pessoal mas, curiosamente, João Gobern também refere Bill Halley:
Berry "cresceu" musicalmente na melhor
companhia: entre os seus parceiros de selo, contavam-se, além do próprio
Waters, Howlin" Wolf, Willie Dixon, Buddy Guy, Bo Diddley (todos negros) e
Carl Perkins, o criador de Blue Suede Shoes, branco, que se tornou grande amigo
de Chuck.
De todos estes afro-americanos, foi Berry que
conseguiu os maiores êxitos, capazes de ultrapassar as fronteiras raciais. E se
a história do rock costuma consagrar Bill Haley (e Rock Around The Clock)
como "primeira pedra" e Elvis Presley como a estrela que mudou o
estilo para outra dimensão, não deixa de ser curioso que muitos dos futuros
deuses deste Olimpo elétrico - os Beatles, os Rolling Stones, Eric Clapton e os
Beach Boys, responsáveis por "descolorir" a canção Sweet Little
Sixteen, de Berry, adocicando-a, escrevendo uma nova letra e rebatizando-a como Surfin"
USA - escolham Chuck como o homem que efetivamente moldou e batizou o
rock.
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