Pela minha parte, escolhi proteger-me o mais possível.
Nem tenho de me forçar a isso, detesto tudo o que abole a fronteira entre o
público e o privado. É assim mesmo, está na minha natureza, direi mesmo: é a
minha norma. Sinto-me aterrorizada pelas redes sociais e os rumores que
propagam. Detesto a exposição íntima. Nunca abri a minha porta, para uma reportagem,
às câmaras de televisão. Não faço tweets, mostro tanto menos as minhas
fotografias de família ou de férias no Facebook quanto não tenho conta no
Facebook, e limito ao estrito mínimo as minhas trocas informáticas. O que há de
odioso no mail, é que é intrusivo e exige uma resposta imediata. Como se eu
passasse os meus dias em frente de um ecrã! O meu trabalho consiste em estar
num ecrã, não em frente.
Carherine Deneuve,
citada por João Lopes em Sound+Vision
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