Salazar quis que
o destino dos portugueses teria de ser pobre, humilde e melancólico.
Entendia que o
luxo da cultura era uma afronta à mediocridade e à claustrofobia.
Nada é mais
perigoso que um país sem memória.
O enorme buracão
que é o BES, toda a banca portuguesa, é algo que, com toda a certeza, não será
desvendado nos próximos cem anos.
Verdade ou
mentira, já nem quero saber: veio nos jornais que o Grupo Espírito Santo terá
distribuído mais de 90 milhões de euros por políticos e gestores de empresas.
Mais de metade desse dinheiro terá ido para Zeinal Bava e Henrique Granadeiro.
O Ministério Público acredita que os antigos gestores da PT receberam, no
total, 48 milhões de euros por alegado favorecimento do GES em vários negócios.
De Ricardo
Salgado dizia-se que era o dono disto tudo, dos outros dois dizia-se que eram
os maiores gestores do planeta e arredores.
Há ainda a
novela Caixa Geral de Depósitos, há agora o caso dos Offshores.
Há um
ex-presidente da República que, por mera vingança, desata a divulgar as
conversas que um ex-primeiro teve com ele nas quintas-feiras de Belém.
Há ainda tanta coisa
de uma gravidade de que não se consegue apurar o mínimo sinal.
A nossa política
é uma pegada aldrabice, um vómito.
Relembro o que
José Pacheco Pereira escreveu há dias:
… é uma afronta para os portugueses tomá-los por
parvos!
Ou José
Rodrigues Miguéis em Outubro de 1979:
«Nações pobres» são em geral as que se deixam governar
e explorar por quadrilhas minoritárias de tiranos supostamente escudados numa qualquer
doutrina ou ideologia, cuja finalidade real é sobretudo o «venha-a-nós-o-vosso
vintém».
Que fazer?
Só me lembro do
Manuel Bandeira:
Vou-me embora
pra Pasárgada onde a existência e uma aventura.
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