quarta-feira, 22 de março de 2017

PAISAGEM A DOIS ESPAÇOS


O som de uma máquina de escrever matraqueando Marx, traduzido, em Santo António à Estrela. O assobio. A janela iluminada que se abre. A loucura invadindo os gestos. As ruas desertas. Parados, à espera, debaixo das letras H.M.P. Um sob cada uma. O café. O pocho agradável com um odor recente aos States (se calhar Algés). Mas, o importante: sem ruídos outros na rua. Apenas Marx: a dois espaços.

Eduardo Guerra Carneiro em Assim se Faz a História

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