Chama-se Não estudem o Trump, olhem-no, a crónica
que Ferreira Fernandes escreve, hoje, no Diário de Notícias:
O leitor não é especialista de climatologia, pois não?
Era o que eu pensava, não é. Como eu. Mas noções básicas de civismo temos. Se
convidamos uma senhora a casa, somos polidos e até gentis. Sentados em frente a
várias pessoas, se ela nos pergunta como estamos, respondemos com urbanidade.
Não como Donald Trump. Nem a olha, faz questão de que vejam que não a olha, e
não lhe responde. Ele, o presidente americano. Lá está, é a principal crítica
que lhe faço. Fosse ele só o velho garoto insolente que é, já me cruzei com
alguns na vida... Mas é o homem mais poderoso do mundo. E sendo ele esse
carroceiro, temo-o. Não se deixem enganar por aqueles gestos de mão mole e
boquinha, próprios de um frouxo, ele é perigoso. Quem chega ao lugar dele
convencendo milhões é perigoso. E o principal perigo dele é o carácter. Ontem,
Ernest Moniz, o ex-secretário de Estado americano para a Energia, físico do
MIT, de origem portuguesa, foi entrevistado pela CNN. Disse estar assustado
pelas posições "anticientíficas" de Trump sobre o clima. Eu, pobre
ignorante, também. Mas por razão mais sábia. Poderosos enganados em ciências
sempre os houve, mas os factos foram-nos moldando antes da tragédia global. Mas
um Trump daqueles - como o leitor e eu já não podemos deixar de saber que Trump
é - não muda. A esperança são os americanos. E não precisam de estudar eletrões
e protões. Precisam é de abrir os olhos, com a ciência da gente comum, para o
triste tipo que têm em cima.
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