José Rodrigues Miguéis
Vida e Obra
Mário Neves
Capa: Luís
Silva, sobre auto-retrato de José Rodrigues Miguéis
Editorial
Caminho, Lisboa, Outubro de 1990
O seu aparecimento em Lisboa foi saudado efusivamente
pelos amigos que o tinham visto partir com desgosto das tertúlias dos cafés.
José Gomes Ferreira anotou o facto como um acontecimento jubiloso, nesta
passagem do seu livro A Memória das Palavras – ou o Gosto de Falar de Mim:
«Pouco mais ou menos por essa ocasião aconteceu o reencontro, para mim
desvanecedor, com a personalidade poderosa de José Rodrigues Miguéis, que
exercia, então, como nas gerações subsequentes, um fascínio dominador, sobre
tudo e todos, exultante dum conjunto de virtudes raras num escritor que, a par
da inventiva psicológica, da luminosidade do pensamento, da influência mágica
da palavra, moldável a qualquer capricho de expressão pedagógica, política ou
polémica, amava contar histórias- histórias com um toque de sensualidade de lucidez
doentia que o acanhado meio e o puritanismo de olhos baixos do idioma reprimia
a custo. No momento em que voltámos a abraçar-nos (desde a adolescência que a
nossa vida tem sido um abraço de reencontro pegado!), José Rodrigues Miguéis
preparava a edição da Páscoa Feliz…»
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