A América culta ficou em choque quando Donald Trump
propôs, recentemente, acabar com as agências de apoio às Artes e Humanidades e
não as contemplar, pura e simplesmente, no orçamento. É o primeiro presidente a
fazê-lo desde que estes apoios foram legislados por Lyndon Johnson, em 1965,
que declarou que qualquer civilização desenvolvida deveria valorizar as artes e
a cultura em geral. Era com uma «pequena» fatia (300 milhões de dólares) do
orçamento que, há décadas, os museus compravam obras de arte e muitas
instituições concediam bolsas a músicos, escritores, pintores e estudiosos.
Mas, embora o Congresso tenha ainda uma palavra a dizer e nada esteja decidido,
há gente boquiaberta em todos os quadrantes, até porque a filha de Trump é
mecenas de artistas há muito tempo e a mulher do vice-presidente uma pintora.
Os grupos que serão lesados fazem agora lobby junto dos Republicanos
para que estes não votem na supressão destes agentes culturais; além do mais,
alguns alegam que está em causa a preservação da própria história americana (há
muitos museus que precisam de verbas para digitalizar cartas, fotografar
uniformes, registar textos escritos relativos às guerras, etc.). Enfim, só o
PEN Club já conseguiu 200 000 assinaturas numa petição para a conservação das
agências, com a assinatura de muitos escritores de todo o mundo. Mas será que
vai ajudar?
Maria do Rosário
Pedreira no blogue Horas Extraordinárias
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