Hoje em dia, vejo esta decisão como uma das mais
inteligentes da minha juventude. Sempre acreditei que a longevidade da E Street
Band – e já lá vão mais de 40 anos desde a sua criação – se deve em parte ao
facto de haver pouca ou nenhuma confusão no papel a desempenhar por cada um dos
seus membros. Os meus colegas de banda nem sempre ficavam felizes com as minhas
decisões e podem ter-se enfurecido com algumas delas, mas ninguém pôs em causa
o meu direito a tomá-las. A transparência prevaleceu e permitiu-nos criar uma
ligação baseada no princípio de que, embora trabalhássemos juntos, a banda era
minha. Concebi uma ditadura benevolente; tudo o que contribuísse para a nossa
criatividade era, dentro da estrutura que preparei, bem-vindo, mas só o meu
nome constaria nos cartazes e nos álbuns. Mais tarde, quando aparecessem, os problemas
cairiam sobre mim. Por isso, a partir de então, a última palavra seria minha.
Ainda assim, surgiram problemas, mas recorremos a um sistema razoavelmente bem
definido para os contextualizar e resolver.
Bruce Springsteen em Born To Run
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