quarta-feira, 29 de março de 2017

NOTÍCIAS DO CIRCO


Podemos não concordar com o que pensa José Pacheco Pereira, mas uma coisa não podemos escamotear: a sua frontalidade

Referente a José Sócrates já escreveu:

 De há muito me apercebi que havia algo de muito errado na sua actuação pública, mesmo naquela que não era susceptível de constituir crime. Desde a história das marquises, passando pelas histórias das ETAR, do Freeport, do currículo académico, das rasuras na ficha biográfica de deputado, do contrato com Figo e muito mais, era-me factualmente evidente que este homem era capaz de tudo, embora eu não soubesse da dimensão do tudo. Como já referi, a ficha biográfica de deputado rasurada em fotocópia foi para mim a epifania, porque eu sabia bem como as coisas funcionavam na Assembleia e tudo aquilo era tão completamente implausível que tinha de haver, numa expressão plebeia, marosca.

Hoje, soube-se pelo Diário de Notícias que o processo da «Operação Marquês» vai ter mais «pessoas distintas»:

É a primeira certidão extraída do processo Operação Marquês: os últimos dados bancários enviados pela Suíça para o Ministério Público revelaram novas suspeitas sobre banqueiros e recebimentos de comissões ilegais. No despacho que ordenou a retirada dos elementos do processo para uma investigação autónoma, o procurador Rosário Teixeira não identifica os suspeitos, dizendo apenas serem "pessoas distintas" das já constituídas arguidas no processo e tratar-se de "cidadãos portugueses" que "tinham responsabilidades em instituições financeiras e na concessão de crédito".

Durante anos e anos a fio fomos metralhados pelo brilhantismo dos nossos empresários e banqueiros,  o dizer que o sucesso das empresas e bancos onde actuavam se devia às suas estrelares qualidades de gestores.

Apenas eles.

Vamos agora sabendo que, a maior parte, não passava de um gang de trapaceiros e corruptos.

Com o chegar de mais gentalha, vai tomando vulto o mega processo «Operação Marquês».

Para além do imenso peixe miúdo que por lá se passeia, já lá estão Ricardo Salgado, José Sócrates, o Zava, o Granadeiro, o Vara.

Continuarão os sucessivos adiamentos dos prazos que têm vindo a ser concedidos, até tudo acabar na maior das impunidades.

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