No 5º volume dos seus “Cadernos de Lanzarote”, José Saramago dá notícia de que, a 25 de Janeiro de 1997, apareceu, em Lanzarote Carlos Reis, “armado de gravador, bloco-notas benevolência com a ideia de me fazer uma entrevista que terá um livro como destino final.”
O livro, “Diálogos com José Saramago” foi publicado, pela Caminho, em Dezembro de 1998.
Na apresentação do livro, escreve Carlos Reis:
“Os “Diálogos com José Saramago” são do escritor, mais do que meus: a forma como fui colocando as questões não expressa, contudo, um apura e neutra indagação. Se intitulei o que aqui fica como “diálogos”, foi porque procurei investir na questionação uma (ainda assim discreta) atitude de interpelação, por vezes até de interlocução argumentativa, em busca não de uma qualquer verdade que sempre se nos escapa, mas, pelo menos, da clarificação de problemas que me parecem significativos: para o escritor, para os seus leitores e para o conhecimento do fenómeno literário em geral. De qualquer forma, repito, o que aqui fica é, pelo menos, um esboço de “poética”: a que, mesmo difusamente, rege as páginas literárias, culturais e ideológicas de um escritor chamado José Saramago. Esse que agora é o Prémio Nobel da Literatura, mas que, para o autor destas linhas, já o era antes de a Academia Sueca se ter lembrado de o confirmar como tal.”
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