Os Mortos Podem
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H.P. Lovecraft
Tradução: Silas Cerqueira
Capa: Cândido Costa Pinto
Colecção Vampiro nº
103
Livros do Brasil, Lisboa s/d
As lendas confusas
que Ward ouvira ou descobrira acerca de Joseph Curwen mostravam-no como um
indivíduo verdadeiramente espantosos, enigmático e obscuramente horrível. Tinha
fugido de Salem para Providence – abrigo universal dos excêntricos, dos
livre-pensadores e dos dissidentes – no início da perseguição histérica aos
suspeitos de magia, receosos pela sorte que lhe podiam trazer os seus modos
solitários e estranhas experiências de química ou alquimia. Era um homem pálido,
cerca de trinta anos, e em breve foi aceite como cidadão de Providence, comprando
depois disso terreno para uma casa logo ao norte de Gregory Dexter, à entrada
da rua Olney. Construiu a casa no Monte Stampers, a oeste da rua Olney, onde
veio a ser mais tarde o Pátio Olney. Em 1761 deitou-a abaixo e fez no mesmo
lugar outra maior, que ainda lá está.
Uma das primeiras
razões porque Joseph Curwen começou a parecer esquisito foi que não mostrava
ter envelhecido nada desde que chegara. Meteu-se no comércio marítimo, adquiriu
direitos de cais junto da enseada de Mile-End, ajudou a reconstruir a Ponte
Grande em 1713 e a Igreja Congregacional na colina, mas conservou sempre o
aspecto apagado de um homem de pouco mais de trinta ou trinta e cinco anos.
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