Tenho coma Feira da Luz uma memória antiga.
Nos meus tempos de miúdo, o futebol começava a meio de
Setembro e havia sempre um domingo em que, mais o meu avô, íamos ver o Benfica
e depois direcionávamos os passos para o Largo da Luz.
O meu avô tinha como objectico comer polvo seco grelhado
na brasa.
Numa das muitas barracas de petiscos, sentados a uma mesa
grande de madeira, onde cabia toda a gente que ia aparecendo, deliciava-se com
o polvo, meio jarrinho de tinto enquanto me cabia um pirolito e um bolo que
dava pelo nome de «rocha» que nunca mais vi.
Sempre que íamos à bola, havia petisco no fim mas só se o
Benfica ganhasse. O empate já não dava para nada, era como s fosse uma derrota.
Mas no domingo da Feira da Luz, mesmo que o Benfica
tivesse perdido, íamos à feira. Era talvez a única altura em que o meu avô
encontrava o polvo seco grelhado, e a bola que se lixasse.
Assim como um gosto valer mais do que 4 vinténs.
A Feira da Luz que continua a organizar-se, não tem nada
a ver com a daqueles tempos.
A única coisa que resiste é a habitual procissão da Nossa
Senhora da Luz.
Aberta desde 26 de Agosto, a Feira da Luz fechou portas
ontem.
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