Um Crime no
Expresso do Oriente
Agatha Christie
Tradução: Gentil Marques
Capa: Cândido Costa Pinto
Colecção Vampiro nº 13
Livros do Brasil, Lisboa s/d
- Fui ameaçado,
senhor Poirot. Sou um homem que precisa tomar precauções.
Assim dizendo, o
velho tirou do bolso um revólver automático; depois continuou:
- Não sou homem que
se deixe apanhar facilmente! Com esta arma, sinto-me mais seguro. Creio que o senhor
é a pessoa de que preciso, senhor Poirot. E lembre-se: dinheiro!... Muito
dinheiro!
O belga encarou-o
um instante, pensativo, com a fisionomia absolutamente impenetrável. Seria difícil
adivinhar-lhe os pensamentos.
- Lamento – disse afinal.
– Não o posso servir, senhor Ratchett.
Este fitou-o com
uma expressão de astúcia.
- Que preço pede?
Poirot meneou a cabeça.
Poirot meneou a cabeça.
- Não me entendeu.
Fui muito feliz na minha profissão. Ganhei o dinheiro preciso para as minhas
necessidades e os meus caprichos. Actualmente, ocupo-me só dos casos que me
interessam.
- O senhor é
teimoso! – disse Ratchett. – Não tentam vinte mil dólares?
- Não.
- Se insiste, para
obter mais, engana-se. Avalio perfeitamente a importância do que lhe peço.
- Eu também, senhor
Ratchett.
- O que é que não
lhe agrada na minha proposta?
Poirot levantou-se.
- Desculpe a
franqueza, senhor Ratchett. O que não me agrada é a sua fisionomia.
E com estas
palavras o belga deixou o salão.
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