quinta-feira, 28 de setembro de 2017

NOTÍCIAS DO CIRCO


Logo após uns dias de se tornar conhecido o assalto aos paióis de Tancos, Vasco Lourenço declarou aos jornalistas que se tratava de uma história muito mal contada, indo ao ponto de dizer tratar-se uma encenação feita para derrubar o governo.

Quem andou pela tropa sabe que em instrução nas carreiras de tiros, aqui e ali se gasta material e munições que, se atempadamente não se fizer o controlo e respectivas descargas, a coisa descamba.

Provavelmente, não terá existido roubo algum ou apenas um subterfugio para esconder leviandades.

O que realmente se passou, só a investigação policial e militar em curso, poderá esclarecer.

Porém, aconteceu no sábado passado que o Expresso entendeu mandar para a praça pública a existência de um documento cozinhado não se sabe onde. Os motivos de tal notícia giram à volta de um qualquer pedido expresso da direita que nunca mais consegue digerir que as últimas eleições não lhe permitiram formar o governo que consideravam garantido, ou de alguns militares-topo-de-carreira descontentes com o facto de se sentirem marginalizados pelo governo e chefias militares.

O director do semanário declarou à SIC que na próxima sexta-feira, dia de saída do jornal por causa dessa coisa fabulosa que dá pelo nome de «tempo de reflexão eleitoral», surgirão mais, e outros, pormenores.

Antevê-se maior venda de papel para contrabalançar a descida nas tiragens.

Ferreira Fernandes diz hoje na sua crónica no Diário de Notícias que Pedro Passos Coelho interrogou-se:

Temos de comprar o Expresso para saber o que se passa no país?

Mas quem é que hoje lê o Expresso, ou liga ao que o Expresso escreve?

Diga-se em abono de algum rigor, que o ministro não se mostrou, politicamente, o homem certo no lugar certo para conduzir o processo. As chefias militares também não ajudaram e já seria mais que tempo de o governo ter encontrado uma saída para este tancoso disparate.

Torna-se óbvio que há responsabilidade militar, mas daí à exigência da demissão do ministro ou à queda do governo, são, como se diz na bola,  outros quinhentos.

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