CARTA DE VITOR SILVA TAVARES
22.7.09
22.7.09
Caro Paulo
Disseste-me que o
teu livro não é aquilo a que se pode chamar “um livro de memórias”. Em rigor em
rigor, acho que é e não é. Não é, por certo, um livro “jornalístico” (o autor
vai ali ao calendário da sua vida e dá notícia) mas é sim senhor, quanto a mim,
um mergulho visceral – entenda-se, visceralmente poético, logo interventivo –
naquele magma de impressões redivivas, experiências e encontros determinantes,
obsessões e traumas que musculam mais que uma vocação – aliás, afirmada . um
sentido de e para a vida (pelena).
Encaixa o que tem
de encaixar, rejeita o que afinal não passou de acidentes de percurso,
necessários embora.
O teu livro, até na
sua formulação linguística, nada funcionária, funde-se no complexo da tua obra
poética. Não ilumina, não revela, não toca e foge – faz parte.
Surpresa
propriamente dita, não a tive. Mas foi-me grato o reencontro com a persona.
Um abraço do teu
VST
Legenda: Paulo da Costa Domingos, Vitor Silva Tavares e
Jorge Fallorca na Brasileira do Chiado, Janeiro 2009
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