Acerca da minha voz
para começar. Não tenho lá grande voz. Tenho a força, a capacidade de alcance e
a resistência de um típico cantor de bar, mas não tenho uma grande beleza a
nível de timbre, ou sequer categoria. Cinco actuações por noite? Sem problema.
Três horas e meia de actuação? É possível. Necessidade de aquecimento? Quase
nenhuma. A minha voz cumpre as devidas funções. Mas é o instrumento de um
trabalhador a prazo, e por i só, nunca me levaria a voar alto. Preciso de
recorrer a todas as minhas capacidades para conseguir comunicar em
profundidade. Para conseguir vender o que vocês compram, tenho de escrever,
tenho de editar, tocar, dar um grande espectáculo e, sim, cantar o melhor que
me é possível. Sou uma soma de todas as partes. Cedo aprendi que isto não é
motivo de preocupação. Todos os artistas têm os seus pontos fracos. Parte do
sucesso deve-se a saber o que fazer com o que se tem e com o que NÃO se tem.
Como disse o Clint Eastwood; «Um homem tem de saber os seus limites.» Depois há
os que os esquecer e seguir em frente.
Bruce
Springsteen em Born to Run
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