"Eu compro
isto tudo", disse Manuel de Brito, fundador da Galeria 111 e um dos
maiores coleccionadores de arte portuguesa do século XX - que é cerne da
actividade do centro de arte com o seu nome, no Palácio Anjos, em Algés -
quando chegou à porta da casa de Mário- -Henrique Leiria, para onde correu
depois de o amigo Carlos Lobo da Cunha o ter avisado que os seus herdeiros
estavam a deitar fora tudo o ele que deixou, ao morrer prematuramente, aos 57
anos, em 1980.
Quem nos conta a
história é a viúva de Manuel, Maria Arlete Alves da Silva, a propósito da
inauguração de O Legado de Mário Henrique Leiria, marcada para quinta-feira,
dia 30: "De repente, na minha garagem, estava toda a casa dele - as arcas
com trabalhos, os móveis, as travessas e os pratos, três ou quatro mil livros,
milhares de revistas e jornais, a correspondência, os quadros, os manifestos
surrealistas, os discos, os filmes e as máquinas de filmar, as pastas com
desenhos, as peças de barro e cobre, catálogos das exposições e móveis, alguns
insólitos, outros desenhados por ele... Parecia que nunca mais acabava."
Rita Bertrand na revista Sábado, Março de 2017
Legenda: Mecanismo
da Revolução, 1948, colagem sobre papel de Mário-Henrique Leiria, tirado do
catálogo do Legado de Mário Henrique Leiria
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