domingo, 27 de novembro de 2011

JANELA DO DIA



O VI Comité Inter-Governamental da UNESCO aprovou hoje em Bali, na Indonésia, a integração do Fado na Lista do Património Cultural Imaterial da Humanidade.

Esqueçam-se os assomos de patriotismo barato que aparecem sempre em acontecimentos como este, aquela saloiice a que governantes,,e outros, não conseguem fugir.

Diga-se apenas que o Fado passa a ser património da Humanidade e é tudo quanto baste, e esta consagração, não é mais que uma alegria, uma festa.

Por mim, não sendo um incondicional do fado, terei que dizer que há fados de que gosto muito, que me deixam arrepiado, concretamente aqueles que surgiram quando Alain Oulman por aqui andou, e compôs, para a voz de Amália, lindíssimas músicas, que , por sua vez, embrulhavam lindíssimos poemas.

Alain Oulman trouxe ao fado um toque de qualidade musical, melhor dito,um toque de classe que lhe emprestou uma outra dimensão.

Como exemplo maior, o álbum, de Amália e Oulman, Com Que Voz, editado naqueles dias em que este país se encontrava parado no tempo.

Um disco que é um prazer ouvir, uma melancolia miudinha que invade os sentidos e o torna um belo exemplo da justiça de o fado, a partir de hoje, seja pertença da Humanidade.

É de Alain Oulman e de Amália de que me lembro neste dia de festa.

No tempo de escolher uma ilustração para este texto, melhor não encontrei do que este vídeo em que Amália canta Abandono, poema de David Mourão Ferreira, para música de Alain Oulman.

Também conhecido como “Fado de Peniche”, invoca a fuga, em 3 de Janeiro de 1960,  de Alvaro Cunhal, e outros militantes comunistas, do Forte de Peniche..

E por aqui me fecho, como diria o Camilo Castelo Branco.

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