Em 1975, o dia 12, marca um outro passo decisivo no caminho para o que veio a acontecer no 25 de Novembro.
Neste dia, após 3 dias de greve nacional dos trabalhadores da Construção Civil, o Ministério do Trabalho recusa responder às reivindicações contratuais dos trabalhadores.
Estes decidem avançar para S. Bento para conversações com o Primeiro-Ministro Pinheiro de Azevedo, dado que o ministro do trabalho recusara negociar.
Cem mil trabalhadores da Construção Civil rodeiam a Assembleia Constituinte. O Primeiro-Ministro tenta dialogar com os manifestantes que lhe chamam “fascista”. Pinheiro de Azevedo responde-lhes: “Bardamerda pró fascista!”.
O P.S., o P.S.D., o C.D.S. nunca perdoaram a Otelo e a Carlos Fabião que a tropa não tivesse carregado sobre os trabalhadores, assim como, dias antes, sobre os Deficientes das Forças Armadas.
José Gomes Mota no seu livro A Resistência (1):
O poder militar, inacreditavelmente, manteve-se “alheio” a este gravíssimo incidente, o mais desprestigiante de todos quantos atingiram qualquer Governo Provisório.
José Freire Antunes no seu livro “O Segredo do 25 de Novembro”: (2)
“A cena passa-se em Belém:
Um jornalista:
- O Sr. Primeiro-Ministro disse que estava farto de brincadeiras…
O primeiro-ministro:
- Brincadeiras, hã? Estive sequestrado já duas vezes, já chega. Não gosto de ser sequestrado. É uma coisa que me chateia.”
(1) A Resistência, José Gomes Mota, Edições Jornal Expresso, Lisboa, Junho de 1976.
(2) O Segredo do 25 de Novembro, José Freire Antunes, Publicações Europa-América Lisboa s/d
Legenda: título da 1ª página do Diário de Lisboa de 1975.
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