Diário Inédito
1944-1949
Vergílio
Ferreira
Apresentação:
Hélder Godinho
Edição: Fernanda
Irene Fonseca
Capa: Rui
Rodrigues
Quetzal
Editores, Lisboa, Março de 2010
Basta de literatices. A arte é, no fim de contas, uma coisa bem estúpida. Que lucrou o mundo com os génios das letras? Uma razão para erguer estátuas ou rotular ruas.
Porque escrevo eu livros? Ora! Pela mesma razão que um albardeiro faz albardas, quando as faz por gosto. Em todod o caso sempre é uma madureza mais desculpável do que fazer bricabraque ou investigar das raízes de palavras gregas. Três quartas partes do que o homem faz são madurezas. E são essas madurezas as suas necessidades. Não: as faculdades do espírito não deviam ser desperdiçadas. Um cavalo, com a décima parte da inteligência de um homem medíocre, seria um animal muito equilibrado, seria, decerto, o rei da criação. Não faço blague.
2 comentários:
Eu, que tanto gosto do escritor Vergílio Ferreira tenho, por vezes, dificuldade em entendê-lo...
Também nunca o entendi completamente, dificuldades minhas como é óbvio. Tanto coisa que eu não entendo mas prossigo sempre. Agora que morreu a Monica Vitti lembro que nunca entendi os filmes de Antonioni mas, tanto quanto me posso lembrar, não falhei um.
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