Num
comício em Outubro de 2015, Jerónimo de Sousa afirmou que o «PS só não
forma governo se não quiser.»
Passos
Coelho e Paulo Portas tinham ganho as eleições, mas existia uma maioria de
esquerda na Assembleia.
No
dia 15 de Fevereiro de 2016 por aqui se escrevia:
«Há um governo do
Partido Socialista, apoiado pelas esquerdas.
O passe de mágica que
destronou a direita, que se preparava para nos infernizar a vida por mais
quatro anos, aconteceu.
Lembrar o quanto José
Saramago ficaria feliz com a possibilidade das esquerdas -finalmente! – terem
iniciado os caminhos da unidade.
Uma unidade que já vem
dos tempos da Assembleia Constituinte, mas que certos actores, com fins então
inconfessáveis, desprezaram.
Em artigos de
opinião, em conferências, em entrevistas, José Saramago nunca deixou de vincar
o mote da unidade com vista ao nosso futuro de povo.
Nos dias que correm,
estão muito difíceis os tempos deste governo do Partido Socialista apoiado
pelas esquerdas.
Bruxelas, os mercados,
o raio que os parta, tudo junto, a tentarem que o sonho, mesmo sendo débil, se
desfaça.
Um trabalho que, tanto
o Partido Socialista, o Partido Comunista, o Bloco de Esquerda, têm de
preservar.
Sob pena de não existir
uma outra oportunidade e de todos ficarem mal no retrato.»
A
água continuou a correr por debaixo das pontes.
Corria
o findar de Outubro de 2021.
Cada
um com a devida quota parte de responsabilidades, Partido Socialista, Partido
Comunista, Bloco de Esquerda, acabaram por provocar o desfecho de obrigarem o
Presidente da República a marcar eleições legislativas para o dia 30 de Janeiro
de 2022.
Cada
um tem a sua explicação.
Ressalta
a quem lê a história por fora, que António Costa apenas aguardava a
oportunidade de afastar aquela esquerda do seu caminho.
Quando
Paulo Portas chamou «geringonça» aos acordos do PS, do PCP, do BE, António
Costa, num debate quinzenal na Assembleia da República, ainda disse:
«É geringonça, mas
funciona.»
Mas
era difícil o palmilhar naquele caminho de pedras.
António
Costa ainda lembrou que os portugueses não gostam de maiorias, mas começou a
recente campanha por exigi-la.
Os
palradores televisivos logo disserem que uma maioria absoluta era quase uma
impossibilidade.
As
sondagens das diversas empresas foram dando empates técnicos, ligeira
percentagem a António Costa, uma sondagem ainda conseguiu dar a vitória a Rui
Rio, mas os resultados são aqueles que os votantes entenderam dar no domingo.
Não
sei como funciona o negócio das sondagens mas terá que existir uma qualquer
explicação para tanto disparate.
Há
clubes de futebol que arranjam bruxos para influenciar resultados, há partidos
que arranjem gurus para mexer cordelinhos.
Outras
histórias.
Segundo
o Diário de Notícias, António Costa pretende indicar Edite Estrela como futura
Presidente da Assembleia da República.
Se assim acontecer, opinião minha, os novos caminhos não começam nada bem…
1 comentário:
"Edite Estrela como futura Presidente da Assembleia da República."
Antes o José Hermano Saraiva...
Edite Estrela-seria um grande retrocesso!
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