Por aqueles tempos, nascia-se em casa.
Na rua onde nasci, não havia
qualquer sala de cinema mas, em redor, havia uma enormidade de cinemas.
Mentalmente percorro essas
ruas, sigo em direcção à Graça e encontro o Cine-Oriente, o Royal, junto à
Morais Soares o Max, o Imperial, na Almirante Reis o Cinema Império, o Lys, o
Rex, mais abaixo o Salão Lisboa, e se subir até à Duque de Ávila encontro o Avis.
Desapareceram quase todos,
outros mantêm o espaço, mas viraram diversos, quiçá estranhos,locais de
consumo.
O cinema é um mundo de
afectos que provoca uma grande e inolvidável memória e a cada um o seu Cinema
Paraíso, a sua última sessão.
É assim que também a morte
nos visita.
Legenda: Cinema Royal na Rua da Graça, hoje um supermercado.
2 comentários:
Foi no Royal-Cine (1929), do Arquitecto Norte Júnior que, a 5Abril1930, se estreou o cinema sonoro, numa demonstração solene que contou com a presença do presidente da Republica.
(do excelente livro "OS CINEMAS DE LISBOA-um fenómeno urbano do século XX" de Margarida Acciaiuoli, da Editora Bizâncio, edição de 2012).
Sim, um livro imprecindível para se saber como foi o cinema em Portugal. Já teve lugar em «Olhar as Capas»
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