Numa outra eleição
presidencial, após um período de hegemonia republicana, os americanos
escolheram um presidente democrata. A minha memória não vai tão longe para
lembrar quem foi este presidente democrata, mas lembro-me que um jornalista
americano perguntou a Fidel de Castro como seriam as relações com este presidente.
Fidel respondeu: seja quem for, democrata ou republicano, para nós é sempre o
presidente dos Estados Unidos e sabemos sempre o que dali vem, qualquer coisa
como «nem bom vento nem bom casamento.
O Partido Democrata cometeu uma série de erros que começaram em deixar Joe Biden entrar na ida às urnas. O mais grave acontece quando, cheios de gente rica nos seus comités de decisão, desligaram-se da vida quotidiana do povo e dos trabalhadores, uma grande parte vivendo com graves problemas de sobrevivência, e assim observaram como os muçulmanos, negros, latino-americanos, mulheres, votaram no trapaceiro, no corrupto Trump que lhes prometeu novamente uma grande América, o paraíso ali ai virar da esquina. Tiveram que arranjar à pressa uma Kamala Harris mas, como agora disse o escritor brasileiro, os eleitores da América profunda, onde crassa a ignorância e a estupidez, não se mostraram dispostos a votar numa negra e numa mulher.
Condenado por uma
série de crimes que ultrapassa as três dezenas,
regressa à casa oval. Quando em Janeiro, por lá se sentar, determinará que
todas essas acusações mercê dos que já colocou e que colocará, irão parar a
máquina guilhotinadora de destruição de papel.
É assim que a América conseguirá ser grande outra vez.
«Tudo é mau nos resultados eleitorais dos EUA. Acontece. Já não é a primeira vez na história que demagogos, populistas, protoditadores ganham eleições e, sem excepção, os efeitos são sempre maus. Não são maus para toda a gente, nem são maus para tudo, mas no geral são maus, em primeiro lugar, para a democracia, depois, dependendo do país, são maus para outros países ou para o mundo. No caso de Trump, são maus para quase tudo, a não ser para a direita radical em todo o mundo e para a Rússia porque, como se vê, eles são “estranhos companheiros de cama”, para não dizer em inglês», escreveu José Pacheco Pereira no Público.
«Este não é o Trump de 2016. Controla a Presidência, o Senado e
provavelmente a Câmara dos Representantes. O Supremo tornou-o inimputável,
mudando a natureza do regime. Esmagou o partido republicano, que é um mero
suporte institucional do movimento MAGA. E rodeou-se de gente ainda mais
fanática e perigosa do que ele. Começa, em janeiro, uma nova ordem de
bilionários tecnológicos que se sentarão na cadeira do poder político para
moldar o mundo aos seus sonhos distópicos. As duas guerras que nos assustam
seguirão para o seu epílogo trágico. Esta vitória vai-se disseminar por todo o
mundo ocidental. E vai ser tudo demasiado rápido para nos prepararmos. Mas
podemos, ao menos, perceber que as respostas que temos dado não resultam.
Talvez as certas sejam as que esquecemos.», escreveu Daniel Oliveira no Expresso.
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