Violeta e a Noite
Urbano Tavares
Rodrigues
Colecção Século XX n
º328
Publicações
Europa-América, Lisboa, 1991
Vejo-o partir, tão ligeiro. Que se passa? É como se o mundo para ele,
apesar de ser quase Inverno, se enchesse subitamente de luz. A rua, as pessoas,
o rio do tânsito, tudo a palpitar, alterando o giro do tempo? Não sei.
Realmente, não sei. É verdade que ele me comove. Mas por detrás deste momento, em que um grão de esperança se acende, há tanta vida cansada, apodrecida, tanto gesto excessivo, irrepetível. Dos esconsos da cidade, do rio, do cais, ou do mais fundo de mim vem soprando um subtil cheiro a morte e a nunca mais. Todavia…
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