sexta-feira, 14 de junho de 2019

AGUSTINA ENTRE DOURO E MINHO


Agustina Bessa-Luís está sobrevalorizada na Literatura Portuguesa.
Na sua morte, ocorrida há dias, a genialidade foi chamada diversas vezes.
Os seus pares e os jornalistas esgotaram os adjectvos.
No fundo, Agustina tinha razão: era mais conhecida que lida.
Mas José Carlos de Vasconcelos no JL adianta que Agustina, só houve, só há, uma.
Vasco Pulido Valente, na sua expressão venenosa, resume a sua morte em meia- dúzia de linhas publicada no Público:

«Morreu Agustina e teve justamente uma aclamação nacional. Peço desculpa de me excluir da imensa multidão dos seus devotos. Enquanto ele era celebrada na Sé Catedral do Porto, os litterati comentavam o facto lamentável de ela não ser também um grande autor internacional. Porque será? Porque Agustina é uma filha de Entre Douro e Minho, que nunca percebeu o que ficava para lá das fronteiras em que sempre se fechou. Nós podemos, como portugueses, ter uma certa inclinação por ela. Partilho o gosto pela retórica. Mas nunca consegui desculpar a ausência de arquitectura dos romances, nem a prosa imperdoavelmente irresponsável, como diria Borges. Assim vai o mundo.»

Legenda: capa do JL   1270, de 5 a 15 de Junho de 2019.

1 comentário:

Seve disse...

Mal "acomparado" faz-me lembrar o presidente do SLBenfica a fazer do miúdo Félix (apenas um bom jogador) o próximo bola de oiro e o sucessor do CRonaldo....