Por
motivos vários, as minhas visitas à Feira do Livro deixaram de ter aquele
instante feliz de outros tempos.
Quase arrisco a dizer que a visita que faço tem mais a ver com a fotografia que tiro
sempre ao pavilhão da «& etc.», recordando os tempos em que ficava por ali
a conversar com o Vitor Silva Tavares.
A
Feira tem pavilhões a mais, uma boa parte com nada relacionado com livros.
Como
é que um país que não lê, tem tantos editores a publicar milhares de livros que
não sei a quem se dirigem?
Estou
a tornar-me um leitor estranho.
Um leitor chato.
3 comentários:
Eu diria, realista, Sammy.
É estranho mesmo editar-se tanta "porcaria", para não lhe chamar outra coisa...
É verdade: «para não lhe chamar outra coisa…»
A clara evidência é que as pernas já não têm a ligeireza para enfrentar aquele sobe-desce, aquele pára-arranca. Mas tudo piorou quando os grandes grupos editoriais criaram aquelas praças com seguranças à porta. Se em qualquer stand esqueceram-se de descodificar o livro – ou lá o que aquilo é – os alarmes apitam e vem um segurança pedir para ver o que levamos nas mãos. Depois em casa stand daquelas gentes não há ninguém que ajude a uma eventual dúvida e se compro um livro terei que ir para uma caixa geral como se estivesse num supermercado.
A Feira necessita de uma grande volta. A primeira seria acabar com as «praças». Quanto ao resto não sei se existirá gente com vontade, com possibilidades de provocar qualquer revolução, pequena que fosse.
O dinheiro!
Enviar um comentário