E
daqui deriva também a fisionomia das suas leituras de outros poetas: elas são
mais o prolongamento do fluxo através do outro do que a análise enriquecedora
da complexidade dos textos. Nesse plano, podemos dizer que Ramos Rosa construiu
uma verdadeira cidadela – um quase autismo. Mas os grandes autores são autistas
– como o Herberto, a Llansol, a Agustina, o Vergílio ou o Eugénio de Andrade. E
poderíamos dizer de Ramos Rosa que nenhum autismo foi tão generosos na demanda
do outro para nele se prologar e confirmar – cartas, poemas, desenhos,
leituras, confluência de palavras apaixonadas.
Eduardo Prado Coelho em Tudo O Que Não Escrevi, Volume I
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