Recomeço.
Por
Setembro, lembrando sempre o meu pai quando, em plenos calores estivais, dizia:
«em Setembro voltamos a ser gente.»
Eugénio de Andrade conhecia Setembro pelo cheiro.
O ar ainda é quente, mas mais lá para a frente, começará a cheirar a Outono, e
tardará pouco para ir ao armário buscar
uma lãzinha, talvez se encontrem uns trocos num qualquer bolso também o
entusiasmado fumo dos vendedores de castanhas a espalhar-se pela cidade.
Em Setembro, planta, colhe e cava, que é mês para tudo.
Hão-de apanhar-se as uvas e tudo ficará a cheirar a mosto.
Ramo curto, vindima longa.
Cheiros e mais cheiros.
Setembro era também o mês do equinócio, único tempo de Verão em que havia ondas e marés vivas. Para o fim dele, as tardes faziam-se frias e As camisolas ou “pull-overs” eram de uso obrigatório. No fim do mês, choviam as primeiras chuvas e a terra encarnada da Arrábida ganhava um cheiro especial que nunca mais esqueci e que me volta ao nariz de cada vez que oiço a palavra afrodisíaco”, escreveu João Bénard da Costa ele que, por Setembro, como sempre dizia, ia “Arrabidar."
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