15 de Janeiro de 1967
Uma
velha oliveira (talvez plantada pelo meu pai) morreu. E então, friamente
(frieza apenas perturbada por um leve esboço de adeus sentimental do
Alexandre), cortámo-la aos bocados e deitámos-lhe fogo.
Ei-la
a arder na lareira da casa de Albarraque (agora parece um dragão a vomitar lume
das ventas monstruosas…)
Enquanto
me aqueço, penso como gostaria de escrever um livro que narrasse a amizade
fantástica entre mim e uma árvore… Uma árvore estranha com reacções humanas…
Ah!
se eu vivesse até os cem anos… com a cabeça lúcida!
José Gomes Ferreira em Dias Comuns, Volume II
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