Tempo das cerejas agressivas
A avançar pelo meu quarto dentro.
Velho tempo das noites explosivas
Em que o sangue crescia como o vento!
Tempo –aproximação das coisas vivas,
Do seu hálito doce, violento.
Tempo – horas e horas convertidas
No outro raro e inútil dum lamento…
Tempo como uma ferida no meu lado,
Coração palpitando sobre a lama.
Tempo perdido, sangue derramado,
Resto de amor que se deixou na cama
Horizonte de guerra atravessado
Pelo corpo audaciosos duma chama.
Alexandre O’Neill em No Reino da Dinamarca
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