O correio do Natal de 1997, trouxe-lhe um livro que trazia dedicatória: “Mais uma vez o Alentejo. Já que o gosto é a síntese de todos os sentidos.”
Ao folhear o livro, lembra-se de ter dito de si para si: também o gosto de partilhar solidões…
“Aromas e Sabores”, foi um trabalho coordenado por Nádia Torres e que contou, para o texto e ilustrações, com a participação de alunos, professores e trabalhadores da Escola C+S de Mértola. Mais não é que um passeio sobre as comidas de Mértola. Aqui apraz-lhe citar Alexandre Pinheiro Torres: “Porque o Alentejo é o único sítio de Portugal onde se sabe tudo o que importa saber.”
Profusamente ilustrado, “Aromas e Sabores” prova, se necessário fosse, que a comida alentejana não é feita apenas de pão e coentros.
Na apresentação do livro Manuela Barros Ferreira escreve:
“Palavras não matam fome, nem que digam mil comidas. No entanto, as palavras são, para os poetas, pão do espírito, sementes lançadas ao vento, fermentos de mudança. Podem ser doces como mel, amargas como fel, picantes como pimenta. A comida exposta em palavras não é, certamente, um livro de poemas. Não há qualquer prazer espiritual na leitura de um livro de receitas. No entanto, para além dos prazeres adiados (e muito concretos) que encerra, pode conter, como este, tudo aquilo que permite a sobrevivência de uma população ao longo de anos e ao longo do ano.”
Tempo de Natal, este que atravessamos, no Olhar as Capas ocorreu-lhe reproduzir uma receita de filhós. Em
devido tempo experimentou a receita e achou delicioso aquele toque da
aguardente, coisa que a avó não punha nas filhós que fazia e que, apesar de, não
deixavam de ser deliciosas.
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