ZIP-ZIP – 2004/L
Violas Fernando Alvim e Pedro Caldeira Cabral
Capa Jorge Torres Vilaça
Arranjos e Direcção Thilo Krasmann
Lado 1
Meu Povo Que Jaz - César Pratas/Francisco Fernandes
Corpo Renascido - Manuel Alegre/Pdro Lobo Antunes
Os Labirintos - Garcia Lorca/Pedro Lobo Antunes
Porque - Sophia Mello Breyner Andresen/Francisco Fernandes
Canto do Ceifeiro - Eduardo Valente da Fonseca/Francisco Fernandes
Cantata da Paz - Sophia Mello Breyner Andresen/Rui Paz
Lado 2
Poema - Ilido Rocha/Francisco Fanhais
A Saída do Correio - António Cabral/Francisco Fanahis
As Pobres Solteiras - António Rebordão Navarro/Francisco Fanhais
Quadras do Poeta Aleixo - António Aleixo/Francisco Fanhais
Canção da Cidade Nova - Fernando Melro/Francisco Fernandes
Depois do EP Cantilena, o Padre Fanahis edita este LP: Canções da Cidade Nova.
O disco contém Cantata da Paz, poema de Sophia Mello Breyner Andresen e música de Rui Paz.
No dia 31 de Dezembro de 1972, um grupo de católicos, sacerdotes e leigos, reuniu-se na Capela do Rato para, em tempo da guerra colonial, celebrarem a paz.
A vigília acabou por ser interrompida pela entrada da polícia que fez diversas detenções, inclusive o sacerdote que celebrara a missa. Junto ao altar e ainda paramentado foi intimado por agentes da polícia a acompanhá-los, sendo decretado o encerramento da Capela.
Os acontecimentos da Capela do Rato marcam um dos mais significativos episódios da luta contra a ditadura. O regime via-se confrontado com mais uma frente de protesto e luta, vinda donde menos esperaria: do seio da Igreja Católica, um pecado organizado, tal como diz Sophia.
Nunca a voz da Igreja se fizera ouvir para condenar a guerra colónia, as perseguições da PIDE, a tortura e a morte. Os acontecimentos da Capela do Rato determinaram que nada seria como antes: estes católicos e não católicos, acusados pelo governo, como traidores à Pátria, diziam ao país que viam ouviam e liam e não mais poderiam continuar a ignorar.
Palavras deixadas, como dedicatória, por José Afonso na contra capa do disco:
O disco contém Cantata da Paz, poema de Sophia Mello Breyner Andresen e música de Rui Paz.
No dia 31 de Dezembro de 1972, um grupo de católicos, sacerdotes e leigos, reuniu-se na Capela do Rato para, em tempo da guerra colonial, celebrarem a paz.
A vigília acabou por ser interrompida pela entrada da polícia que fez diversas detenções, inclusive o sacerdote que celebrara a missa. Junto ao altar e ainda paramentado foi intimado por agentes da polícia a acompanhá-los, sendo decretado o encerramento da Capela.
Os acontecimentos da Capela do Rato marcam um dos mais significativos episódios da luta contra a ditadura. O regime via-se confrontado com mais uma frente de protesto e luta, vinda donde menos esperaria: do seio da Igreja Católica, um pecado organizado, tal como diz Sophia.
Nunca a voz da Igreja se fizera ouvir para condenar a guerra colónia, as perseguições da PIDE, a tortura e a morte. Os acontecimentos da Capela do Rato determinaram que nada seria como antes: estes católicos e não católicos, acusados pelo governo, como traidores à Pátria, diziam ao país que viam ouviam e liam e não mais poderiam continuar a ignorar.
Palavras deixadas, como dedicatória, por José Afonso na contra capa do disco:
Tu que cantas
Defronte
De faces atentas
e seguras
Faz do teu canto
uma funda.
Nesse lugar
Entre outras mãos mais fortes
e mais duras
Te estenderei
A minha mão fraterna.
Canta amigo!
Este é o poema de Cantata da Paz:
Vemos, ouvimos e lemos
Não podemos ignorar
Vemos, ouvimos e lemos
Não podemos ignorar
Vemos, ouvimos e lemos
Relatórios da fome
O caminho da injustiça
A linguagem do terror
A bomba de Hiroshima
Vergonha de nós todos
Reduziu a cinzas
A carne das crianças
D’África e Vietname
Sobe a lamentação
Dos povos destruídos
Dos povos destroçados
Nada pode apagar
O concerto dos gritos
O nosso tempo é
Pecado organizado.
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