terça-feira, 6 de abril de 2010

TROVA DO AMOR LUSÍADA

ORFEU SBIAT 5021
Capa de Fernando Aroso
Editado em 1967

Lado 1
Fado da Mentira – António Menano
Balada dos Sinos – E. Melo
Fado da Promessa – Dr. L. Góis/Manuel Alegre
Fado dos Olhos Claros – M. Fonseca/Bettencourt
Balada da Esperença – José Afonso

Lado 2
Canta Coração – E. Melo /Adriano Correia de Oliveira
Chula – Popular
Contemplação – Dr. Leitão Nobre
Balada do Estudante – Popular
Trova do Amor Lusíada – Adriano Correia de Oliveira/Manuel Alegre/António Portugal
Fado do Fim do Ano – S. Machado Soares/António Portugal

Neste disco estão as primeiras gravações de Adriano Correia de Oliveira. Essencialmente fados e baladas de Coimbra ,mas já podemos encontrar “Trova do Amor Lusíada” poema de Manuel Alegre para música de António Portugal e do próprio Adriano. Tal como José Afonso, Adriano começa a abandonar o Fado de Coimbra para encetar, os caminhos da intervenção, o fazer da cantiga uma arma.

Numa entrevista a Margarida Silva Dias, publicada em “A Capital” de 19 de Junho de 1971, Adriano dizia:

“É inegável uma certa raiz vinda da música que os estudantes de Coimbra cantavam, música essa proveniente das suas relações, como entidade social que ainda hoje são, com a população e da sua participação nas festas populares. É o caso, por exemplo, das fogueiras – tema usado em Coimbra para designar as festas tradicionais em que se dança à volta de um coreto ou de um palco improvisado onde os músicos e os cantores actuam – e para as quais os estudantes compunham as suas próprias canções. Paralelamente desenvolveu-se em Coimbra um tipo de cantigas de amor, se assim se pode dizer, como as usadas nas serenatas, por exemplo. Mas essa raiz que de facto existiu, foi-se progressivamente ultrapassando no sentido de um maior arejamento da construção das canções.”

“Trova do Amor Lusíada”

“Meu amor é marinheiro
Meu amor mora no mar.
Meu amor disse que eu tinha
Na boca um gosto a saudade
E uns cabelos onde nascem
Os ventos da liberdade.
Meu amor é marinheiro
Meu amor mora no mar.
Seus braços são como o vento
Ninguém os pode amarrar”



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