quinta-feira, 20 de novembro de 2014

OLHAR AS CAPAS


Cartas do Brasil

Chianca de Garcia
Capa: André Carrilho
O Independente, Lisboa 2004

O espectáculo tem de estar na imaginação de quem o olha. Ou num outro álbum: de tipos de Lisboa, mulheres de Lisboa, profissões de Lisboa, elegância de Lisboa: os verídicos personagens desta féerie que Lisboa representa quotidianamente

Ó macio Tejo ancestral e mudo
Pequena verdade onde o céu se reflecte.

Sim aqui está o Tejo com as suas fragatas, e as suas miragens de ouro. As docas. Os cais. O desembarque do peixe. A lota. Varinas, pescadores, sardinhas. Criaturas humanas discutindo, gritando, brigando. Enfim, a vida. Lisboa em calão. Preferia dizer Lisboa em gíria. Mas, enfim, deixo passar o calão… Tudo isso conheci de mistura com os inevitáveis versos de Cesário Verde (Os de cima são, como sabem, de Fernando Pessoa.) E perco-me entre a floresta de mastros das fragatas, bamboleando à flor de água, e relembro dias antigos.

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