José Cardoso Pires foi um entusiasta e feliz praticante dos bares de
Lisboa.
Lembro-me dele, no cair das tardes, no British-Bar ou no Bar
Americano, ambos no Cais do Sodré.
No seu Lisboa, Livro de Bordo refere-se a estes bares e estende
o olhar até ao Procópio e ao Pavilhão Chinês:
“Fazer horas”, dizemos nós quando não temos outra
coisa para fazer. Pausa de espera ou vazio imprevisto, para isso há lugares de
recurso, que o digam os frequentadores dos bares, por exemplo, mas aí o tempo
morto acaba muitas vezes em tempo vivo e pode até deixar de ser de espera. Na
verdade, só o bebedor desprevenido acredita em enganar as horas, quando as
horas é que nos enganam muitas vezes, contando a passo certo e batido um tempo
para lá dos números.
Razões muito suas, José Cardoso Pires não refere o Snob.
O Snob faz agora cinquenta anos de existência.
Um pequeno anúncio, publicado no Diário Popular, entre frigoríficos
e a Simone de Oliveira a actuar no Lado a Lado, boite de Tony de
Matos, dava a conhecer que no dia 16 de Novembro de 1964, abria ao público na Rua
do Século nº 178 o bar Snob.
Dias antes, a 13, ocorrera a inauguração privada,
Por ocasião dos 30 anos do Snob, José Quitério escreveu um texto
evocativo.
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