A coisa mais bonita que vi até hoje não foi um quadro,
nem um monumento,
nem uma cidade, nem uma mulher, nem a pastorinha de
biscuit da minha avó Eva quando era pequeno, nem o mar, nem o terceiro minuto
da aurora de que os poetas falam: a coisa mais bonita que vi até hoje eram
vinte mil hectares de
girassol na Baixa do Cassanje, em Angola. A gente saía
antes da manhã e nisto, com a chegada da luz, os girassóis erguiam a cabeça, à
uma, na direcção do nascente, a terra inteira cheia de grandes pestanas
amarelas dos dois lados da picada.
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