quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

ERA DE NOITE E LEVARAM



Era de noite e levaram
Era de noite e levaram
Quem nesta cama dormia
Nela dormia, nela dormia

Sua boca amordaçaram
Sua boca amordaçaram
Com panos de seda fria
De seda fria, de seda fria

Era de noite e roubaram
Era de noite e roubaram
O que nesta casa havia
Na casa havia, na casa havia

Só corpos negros ficaram
Só corpos negros ficaram
Dentro da casa vazia
Casa vazia, casa vazia

Rosa branca, rosa fria
Rosa branca, rosa fria
Na boca da madrugada
Da madrugada, da madrugada

Hei-de plantar-te um dia
Hei-de plantar-te um dia
Sobre o meu peito queimada
Na madrugada, na madrugada

Poema de Luís Andrade

Música: José Afonso

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