Portugal vive empenhado em pagar direitos de autor a
cavalheiros que escrevem uns livros vagamente parecidos com romances, e as
senhoras que – se vivessem noutra época – resolveriam o problema com uma ida
mais frequente ao confessionário. Diante do vastíssimo número de escritores de
hoje em dia, o velho doutor Homem, meu pai, colocaria a hipótese de chamar pela
polícia de costumes, uma velharia já no seu tempo. Mas a intenção fica. A vida
não acaba, como filosoficamente considerava o tio Alberto, mas os escritores
multiplicam-se bravamente. Por mim, leio cada vez mais devagar e tenho de
escolher os livros da mesa-de-cabeceira.
Sem comentários:
Enviar um comentário